sábado, 2 de maio de 2009

Túnel do Tempo: O Inesquecível Grand Prix de 1996

Vou falar hoje do passado, muitas pessoas dizem que recordar é viver, então vamos lá.
O Brasil chegou à fase final desse Grand Prix. como um dos favoritos ao título, terminou a fase de classificação em segundo lugar, com três derrotas, para as americanas, chinesas e cubanas. O Brasil também não podia contar com Hilma machucada.
A situação foi tão dramática, que o Brasil, chegou ao jogo final com as seis titulres, a levantadora reserva e uma líbero, além disso Leila jogava com dores no ombro esquerdo e Virna estava com dores nas costas.

Guerreiras na China

Não tem pra ninguém, o Brasil é campeão, mehor é bi-campeão do Grand Prix.
Nossa seleção fez uma campanha maravilhosa, e na fase final deu um show de garra e determinação, principalmente no jogo contra a Rússia.
Vamos começar a falar do 1º da fase final contra Cuba: O jogo estava bom, e o Brasil fez logo 2x0, e não havia até aquele momento o tradicional bate-boca entre brasileiras e cubanas; só que jogo entre Brasil x Cuba sem esses ingredientes não é normal de uns tempos pra cá. Cuba fechou o 3º e no 4º set com as cubanas liderando o placar começou as provocações, primeiro por parte das cubanas, depois as brasileiras aderiram à "briga", e o Brasil acabou perdendo a cabeça e o set. No 5º e decisivo set, as brasileiras começaram nervosas e Cuba fez logo 3x1, Bernardinho parou o jogo para acalmar as meninas e elas esfriarem a cabeça, com isso o Brasil equilibrou o jogo até 6/6, depois disso o Brasil deu um baile nas cubanas com bloqueios e defesas lindas lindas e uma atuação fantástica de todas as jogadoras, em especial da Filó e da Ana Paula. Terminado o jogo, quando o Brasil fechou o set em 15/10, Ana Paula foi até a rede e provocou as cubanas igual a Mireya fez algumas semanas antes nas Olimpíadas e a Filá também provocou bastante, aí o tempo fechou, Ana Moser e Sandra tentavam acabar com a confusão, foi preciso Virna arrastar Ana Paula da confusão que se formou na rede, enquanto Ana Flávia chorava pedindo para pararem com aquilo.
As cubanas ficaram furiosas e Regla Torres (sempre ela), invadiu lado brasileiro tentando esmurrar as jogadoras do Brasil e acabou levando um chega-pra-lá do médico da seleção, depois outras jogadoras de Cuba conseguiram segurá-la. Por causa disso a FIVB suspendeu das finais Regla Torres e Regla Bell de Cuba, além de Filó e Ana Flávia (que foi confundida com Ana Paula), do Brasil.
As parciais desse jogo foram: 15/07, 15/09, 09/15, 07/15 e 15/10.
O 2º jogo das finais foi contra a China e começou com uma notícia boa, o Brasil pôde contar com a capitã Ana Flávia, já que a FIVB reconheceu o erro e puniu Ana Paula, em seu lugar jogou Karin Negrão.
O 1º set foi complicado e a China disparou no marcador, o Brasil conseguiu equilibrar, mas acabou perdendo o set, no 2º set as meninas jogaram bem e no 3º arrasaram, o 4º set foi o mais equilibrado, foi então que Ana Moser sentiu o joelho que ela havia operado antes das Olimpíadas e saiu de quadra chorando e com muitas dores, em seu lugar entrou Fernandinha, o jogo continuou equilibrado, o Brasil chegou a fazer 14/13, mas acabou perdendo o set. No tie, o Brasil começou sacando e fez logo 2/0, e foi mantendo essa diferença até 6/4, depois foi ampliando o marcador, fez 11/7 e quando estava 13/9, Fofão entrou e com seu saque venenoso fez um ace e depois numa defesa linda da Fernandinha. levantamento da Fernanda Venturini e batida da Leila, a ,melhor em quadra, na saída de rede, a bola espirrou no bloqueio e foi quase parar na arquibancada e o Brasil fechou o set em 15/09.
As parciais desse jogo foram: 13/15, 15/11, 15/05, 17/15 e 15/09.
O jogo contra a Rússia era decisivo, as duas equipes estavam invictas, quem vencesse seria campeão.
O 1º set começou equilibrado, o Brasil jogava solto e Fernandinha estava muito bem, mesmo assim perdemos o set. No 2º set, o Brasil começou arrasando e chegou a abrir 12/1, foi então que a seleção relaxou, perdeu a concentração e deixou a equipe da Rússia crescer e acabou perdendo esse set também.
O 3º set era decisivo, o Brasil começou muito bem e abriu uma boa vantagem, desta vez manteve a concentração e fechou o set tranquilamente, o 4º set a seleção simplesmente arrasou, as russas nem viram a cor da bola e o Brasil venceu fácil. O 5º set foi muito equilibrado, a Rússia fez de cara 3/1; Bernardinho parou o jogo e acalmou as meninas, as brasileiras equilibravam o jogo e as russas abriam de novo vantagem de dois pontos e foi assim até a Rússia fazer 13/11, Bernardinho mais uma vez parou o jogo e acalmou as jogadoras, o Brasil fez 13/13, foi a vez do técnico da Rússia Nikolay Karpol para e dar uma bronca feia em suas comandadas, de novo o jogo empatou em 14/14, depois o Brasil fez 15/14, e no saque da Leila o Brasil fechou o set e o Grand Prix de 1996.
O último ponto do Brasil: Saqque da Leila, recepção da Batouktina, levantamento da Gratcheva e ataque na entrada de rede da Artamanova, a bola raspou no bloqueio da Ana Flávia e da Fernanda, sobrando no fundo de quadra para Leila, Ana Flávia levantou e Fernandinha atacou na saída de rede, a bola raspou no bloqueio de Godina, Artamanove e Gratcheva, indo parar no lado russo.
Brasil bi-campeão do Grand Prix de 1996.
As parciais desse jogo: 13/15, 12/15, 16/06/, 15/02 e 16/14.
As 12 guerreiras que participram do Grand Prix:
2 - Ana Moser (ponta)
5- Ana Paula (meio-de-rede)
6- Karin( meio-de-rede)
7- Fernanda Doval (Fernandinha)
8- Leila (oposto)
9- Hilma (oposto)
10- Virna (ponta)
12- Filó (ponta)
13- Ana Flávia (meio-de-rede)
14- Fernanda Venturini (levantadora)
15- Fofão (levantadora)
17- Sandra (líbero)
Técnico: Bernardo Rocha de Rezende (Bernardinho)
Leila acabou sendo eleita a melhor jogadora do campeonato e Ana Flávia ganhou o prêmio de mlhor saque.


* Texto originalmente escrito em 28/09/1996.

2 comentários:

  1. Nossa Rose,vc me vez viajar no tempo!Voltei ao ano que morava no Recife com minha irmã,e trabalhava numa loja de cds em Olinda.Assisti esse jogo com meus amigos e na epoca patrões da loja.Um campionato duro e cheio de emoção!!!Vc já tinha talento pra coisa garota.PARABÉNS!!!Beijos:)

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  2. Nossa Rose, esse texto era maravilhoso amiga. Você já nessa época arrasava hein. Muito bom. E tenho que concordar com a Jana, você já tinha talento na escrita. Arrasou. Eu quero um dia escrever assim. Beijos

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